11 de fev. de 2011

Uma lembrança, um começo

Olhando para as ondas que vinham e ia num ritmo sincronizado, sem pressa, Edgar pensava. Não só sobre o passado, mas sobre um futuro bem presente. Estava longe de casa, da família e dos amigos. Restava a ele a namorada que estava o acompanhando na viagem. Saindo sem avisar, caminhou até a praia, ou pelo menos até um lugar dotado de ondas. O vento lhe soprava o cabelo, precisaria lavá-lo pensou, e se lembrou de um antigo trabalho do qual foi demitido sem uma causa consistente. Brigar com os malditos clientes que eram tão indecisos que o deixavam furioso. Não gostava do fato de eles serem abusados ao ponto de escolherem coisas e depois devolverem por falta de vontade. A vez decisiva foi quando ele se recusou a atender um ricaço que costumava comprar na loja, porém seu vendedor estava de férias, e ele fora solicitado. O cara era arrogante, e sempre reclamava da maioria das opções da loja. Não iria aturar ele, então meu chefe também não ia mais me aturar. Rua. Cá estou eu me lamentando e esperando a bondade de alguém que queira me contratar. Alguém? Levanto, dou as costas para as ondas e saio caminhando sem rumo. 

6 de fev. de 2011

FUGA

Certo, no dia em que isso realmente funcionar pode mandar me chamar, foi o que eu disse a minha melhor amiga. Se ela acha que um plano idiota como esse que ela estava tramando para separar seu ex da atual iria funcionar, pois bem ela me decepcionou. Não basta algo simples, você precisará de algo um pouco mais pesado, como querer ficar bêbada com licor, haja licor. Fora toda essa baboseira, tinha uma coisa da qual eu estava querendo fugir o dia inteiro mas ela parecia voltar como um imã, se fosse possível eu voltaria no tempo e nunca procuraria minha caneta naquela caixa.  A caixa era muito pequena para caber uma caneta, e eu já pressentia que ela não estava ali. Mas algo muito comprometedor e ao mesmo tempo perigoso estava sendo guardado pelo Lucca na caixinha doura de seda. Esse meu sentimento “intruso” fez com que eu lembrasse uma série que eu costumava assistir, cujo nome não me recordo.  Porém, a carta bem dobrada indicava algo que me despertava o interesse. Será que uma amante? Uma prostituta italiana que mandava lembranças? Hora se quisesse mandar lembranças que tivesse mandado e-mail. Mas a carta parecia antiga, mais como uma lembrança guardada a sete chaves. Naquele momento eu estava abrindo a carta e começando a ler. “Mamãe, ninguém aqui desconfia que” ouço um barulho e me viro. A carta é tomada da minha mão e surgi Lucca do nada. Ele a queima e sem reação eu saio correndo querendo entrar na terra. Uma semana longe deveria ser o suficiente.  


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