10 de jan. de 2011

Mãos atadas

Minha mãe é maluca, todos sabem. A não ser que sua mãe também fume maconha na hora do almoço, escove os pés com um garfo e use azeite como óleo de massagem. Fomos ao shopping, era a inauguração e eu estava ansiosa por esse dia. Minha mãe tinha me prometido um par novo de sapatos e como sempre eu tinha certeza de que essa promessa não seria cumprida. Pelo menos até quando chegamos lá. O paraíso tinha se instalado na Terra, eu sabia, e como se do nada tudo tivesse mudado, eu ganhei os meus sapatos novos. Quem um dia acreditaria nisso? Bom, nem eu para ser sincera, aquilo me cheirava a encrenca, algo parecia estar totalmente errado. Deixei as coisas como estavam, sem querer parecer abusiva ou intrometida. Não queria parecer desconfiada ou insatisfeita com o lindo presente que minha mãe me proporcionara. Deixei os dias passarem sem me preocupar com o propósito do presente afinal, ele poderia ser mesmo somente um bom presente. Desconfiava cada vez mais, porque afinal, minha mãe estava mudando, estava virando responsável e normal, e não era isso que eu apreciava nela, não mesmo. Foi então que eu vi, na mesa, solitária, a Carta. Meu pai queria minha guarda, preciso dizer mais?

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