12 de jan. de 2011

A viagem maligna.

Daise andava solitária. Não era de se duvidar, depois do marido ter se suicidado e o filho cortado os pulsos, ela era considerada A Azarada. Triste qualidade essa atribuída de mal grato. Mesmo antes dos terríveis acidentes, ela já havia se programado para uma viagem. A viagem dos sonhos como dizia na agência onde fizera o pacote. Mal se importava com os incidentes, queria mais era ser feliz! O marido estava morto e o filho internado, nada mais podia fazer. Oriente Médio, terra das riquezas e dos costumes, era lá que era pousaria. Deixaria as más línguas para trás e arranjaria um novo namorado. Sim, era isso que faria. A viagem até lá foi extremamente calma, o hotel, lindo. As belezas de um lugar do outro lado do mundo. Passeava de dia, fazia compras e até presentes para o filho comprou. A noite a vida era outra, com bares e boates reservadas. Conheceu uma cara por quem se apaixonou. Sabia que era amor, nunca havia se sentido assim. Naquela mesma noite, já no hotel ela teve um sonho: seu marido vinha à Terra e cortava a garganta de seu novo namorado. Logo no dia seguinte, ela subiu na parte mais da mesquita local, e cortou a própria garganta. É, a vida nunca mais foi a mesma.


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